jeudi, avril 28

Reforços de Primavera

E ao quarto mês recebi a terceira e a quarta visita (qual é qual não sei, já que a chegada de ambas foi atribulada).

Foi fixe a companhia e o rever (caras) familiares.

Visitas aos pares também é um conceito fixe, pois são mais auto-suficientes e permitem-me cumprir os meus compromissos para com o DESUP sem sobressaltos (mesmo quando são trabalhos da tanga sobre política regional europeia - bargh! as minhas primeiras 3 horas passadas numa biblioteca em Paris!).

À chegada, mandei preparar um arco-iris sobre o Sena. Uma recepção à altura, pareceu-me (não está documentado porque a minha máquina agora tem um temperamento muito próprio e às vezes não focka).

Quatro novos olhos sobre a realidade parisiense também ajudam a redescobrir (ou a repensar) muitas coisas sobre esta aventura.

Espero que tenham gostado tanto de cá estar como eu de as ter cá.




Aqui o Man e as suas Damas - a Li, a Raquel e a Nossa

samedi, avril 23

Anvers / Antwerp / Antuérpia

Um salto a Antuérpia, o único sítio principal da Bélgica onde ainda não tinha estado.

Em dia de feira, fizemos a volta do costume recomendada pelo Expresso Americano e até achei piada à cidadezita. Nada de especial, no entanto.

Não comprei diamantes e não vi um único barco. Os clichés já não são o que eram.

Dei-me contente por não ter chovido, pois lá ameaçar ameaçou.

Quando estávamos no calçadão, junto ao rio(?) fomos abordados por um trio de jovens flamengos que estavam a fazer um filme para oferecer como prenda à avó no seu 75.º aniversário e que nos pediram para darmos os parabéns para a câmara.

Como nos pareceu engraçada a ideia, acedemos a contribuir para o bonito gesto, apesar de não haver cachet envolvido.

Seguiu-se uma mensagem em alemão e outra em português, que certamente farão as delícias da senhora. Foi mais ou menos assim:



«Yo velhota! Um grande bem haja pelas 7 décadas e meia! Quem diria que irias conseguir! Os teus netos queriam-te arranjar uma bengala mas acharam que fazer um filme era mais fácil. Estão aqui podres de bêbados e a fumar umas ganzas. Devem sair à mãe - essa grande galdéria com quem o teu filho se casou! Olha, paciência, para a próxima corre melhor. Ah, e Parabéns! »

vendredi, avril 22

Found in Translation

É por demais conhecido o fenómeno dos Turistas Japoneses.

Apesar de muitos os considerarem uma praga, acho que essa reputação é injusta. São uns grupos educados, não cospem no chão como os chineses nem falam aos berros como os espanhóis. Contribuem efectivamente para as economias locais e parecem pessoas realmente interessadas na história e nas tradições dos sítios que visitam.

Andam por essa Europa fora em bandos organizados, com um líder que todos seguem piamente. São meticulosos nas provas que recolhem e andam sempre identificados.

E parecem cada vez mais grupos de agentes secretos - forças especiais geriátricas capazes de quebrar o enigma mais difícil (e umas bacias e uns coccyx pelo caminho). Então não é que cada um deles usa agora um auricular sem fios.

Passeava na Grand Place e intrigou-me o fenómeno de um grupo de 40 Japs a deambular pela área, todos com os seus respectivos. Ou estava tudo cheio saudades de casa e não largavam o bluetooth, ou tinham todos 80% de surdez e eram patrocinados por uma marca qq. Com um pouco mais de observação, lá percebi o que se estava a passar - é que agora, pelos vistos, o guia do grupo [a senhora ao centro com a mala grená] falam para um pequeno microfone-transmissor cujo sinal chega depois aos auriculares de todas as pessoas do grupo. Assim acabam-se as marcações homem-a-homem ao guia para ter a certeza de que ouvem as explicações. Cada um segue o seu ritmo e olha para o que quer, sem perder nada da detalhada explicação do guia turístico.

Onde isto já vai!



« E aqui foi onde o Manequim começou a fazer Pis para cima das pessoas!»

jeudi, avril 21

Fama!



O verdadeiro.

Jeckas

E viva a cerveja belga!
A melhor coisa a sair de lá. Depois das Mulas Fritas e das Frites (sem mulas).
Ah, e depois das Gaufres. Claro.



Tim tim!

mardi, avril 19

Habemus gasolina (para chegar a Bxl)???

Ía eu a caminho de Bruxelas, a pensar numa teoria que me foi vendida aqui há uns anos por um qualquer guia de viagens (segundo a qual a rede de auto-estradas belga, a única que é totalmente iluminada, é uma das duas construções humanas – juntamente com a muralha dos chinocas - que se vê a olho nu do espaço, uma teoria que, em minha opinião, tem falhas do tamanho do canal do Panamá) quando uma enorme nuvem de fumo branco apareceu no horizonte, vinda de Sul.


À falta de Igrejas à beira da auto-estrada (estranho!) para confirmar a suspeita que logo tive, restou-me tirar a minha K7 de emigra e sintonizar uma rádio local para ouvir, em directo do Vaticano, o entusiasmante relato da grande final do EuroPapa2005.

E ainda dizem que a Igreja católica é uma instituição retrógada! – nenhum estúdio de bollywood poderia ter feito melhor: suspense, intriga, decisões abortadas... tudo com relato em francês, pelo Perestrelo local.

Não houve golpe de teatro, e ganhou o favorito, o jovem hitleriano.

O suspense passou então para o nome artístico a ser adoptado pelo habemus: João Paulo III? Rambo IV? Macacada na kubata V? Não!

Bento aka Benoit aka Benedict (sim, é o mesmo gajo) XVI.

Sendo que ninguém se chama Bento hoje em dia!!! Só me lembra o Rei dos Frangos ali de Benfica. Tenham piedade...

Mal dei por mim, já estava com as rodas na péripherique, a caminho da Grand Place. Isto sim é entretenimento!

samedi, avril 16

Estás todo CuJo

O meu Golf faz tanto parte destas aventuras como eu.

Tem aguentado com um leão as minhas viagens (primeiro Itália, depois Bruxelas, agora Paris) e apesar do esforço, raramente se queixa e quase nunca me dá problemas (se toda a gente fosse assim!).

Apesar de agora o usar bem menos regularmente, sempre que me sento nele é como se estivesse em casa. (Ah!!! Que bonito!)

No entanto, penitencio-me pela negligência a que tem sido votado ultimamente.

Coitado! É a merda das pombas! E vice versa.

Entretanto já o tentei lavar.... mas nada feito. Acho que vai ficar marcado para a vida, cicatrizes dessas batalhas travadas pela Europa fora!




Longe vão os dias em que a neve o tornava ainda mais branco. Como o OMO.

jeudi, avril 14

Ou mun




Melhor que um Dairy Farm de feijão? Je ne pense pas.

mercredi, avril 13

Sampas no seu melhor

Sampaio em SciencesPo para dar uma palestra.

Com medo de que ninguém o quisesse ir ver, e para que não tivesse que falar para uma sala vazia, os tugas do DESUP decidiram baldar a aula do Franck e ir lá dar um apoiozinho ao Mr. President.

Afinal, lotação esgotadíssima, forte dispositivo de segurança e grande excitação a toda a volta.

Num francês impecável, Sampaio falou inicialmente sobre o processo de construção europeu, e o papel da Europa no século XXI. «Je suis un believer!» proclamou entusiasmado, gerando fortes aplausos na audiência, apesar do estrangeirismo.

Falou então nos desafios do alargamento e, claro está, abordou a questão da Constituição Europeia, tentando incutir algum juízo nos franceses, explicando-lhes porque é que devem dizer sim. «C'est essentielle pour le fonctionnement d'une Europe élargie – c'est ça la question la plus importante» explicou Sampaio.

Falou então no processo de adesão de Portugal à Europa (não faltou a referência ao 25 de Abril, claro, afirmando que foi a revolução dos cravos que levou a todos os processos de democratização que se seguiram, desde Espanha, Grécia, América Latina e Europa de Leste!?) e falou do papel de Portugal na nova UE alargada.



Afirmou ainda já não acreditar nos referendos como antes (se calhar preconizando o NÂO dos franceses; ou então preparando-se para fazer a vida difícil à esquerda).

E disponibilizou-se então para as perguntas dos estudantes.

Eis uma transcrição (documentada, mas não sei se muito fiel pois esta parte sou capaz de já não me lembrar bem) daquilo que se passou:

- Senhor Presidente, acha que o seu país está no bom caminho para recuperar o atraso em relação aos seus parceiros da União Europeia, que faz com que esteja na cauda de todas os rankings relativos ao desenvolvimento económico e social na UE?

- Ora bem... (Bonito! Isto começa bem! Já me estão a lixar!) Claro que sim meu caro jovem! Confiança é o que não falta. O futuro é dos portugueses. Rapidamente vamos recuperar esse atrasozito e alcançar o estatuto que as portuguesas e os portugueses merecem! Não se importa que eu me sente, não?

- Mas Senhor Presidente, não acha que o facto de as previsões para 2005 serem de que Portugal vai voltar a crescer muito abaixo da média europeia indicia que, se calhar, o seu optimismo é totalmente infundado?

- Ò Jovem! (Pronto! Este tirou o dia para me chatear!) As previsões valem o que valem, são como as sondagens. No final é que se fazem as contas. Tenho a certeza que os portugueses, com a sua coragem e determinação, e com a competência que se lhe reconhece, vão...

- Mas Senhor Presidente, como é que vão fazer isso se os trabalhadores portugueses são dos mais desqualificados na Europa e o se sistema educativo português tem um grave problema de qualidade, há um grave insucesso escolar, forte taxa de analfabetismo e...

- Podemos ter uma pergunta de outra pessoa qualquer? Para dar oportunidade a outros de participarem, claro, eu quero falar com todos! Talvez falar também de França?

- Senhor Presidente, Muito Boa Tarde.

Diga-me uma coisa, em França quando se pensa em Portugueses, pensa-se em trolhas e em porteiras de prédios. Acha que essa imagem reflecte o nível cultural do português médio?

-- Ouve lá, foi esse gajo aí ao lado que te mandou fazer essa pergunta, não foi?
Eu não respondo a provocações, estou acima disso. Se alguém quiser fazer uma pergunta como deve ser...

- Senhor Presidente, acha que o Sporting tem hipóteses de ganhar a Taça UEFA?

- Ora, agora sim. Finalmente uma pergunta com interesse. As minhas felicitações meu caro jovem. Quanto a essa matéria, eu tenho o seguinte a dizer-lhe:




- O mundo, sabe que, pelo teu amor eu sou doente




-...farei o meu melhor para te ver sempre na frente
irei onde o cora...ção me levar, e sem receio



-... farei o que eu puder, PELO MEU SPORTING!!!!

(O público irrompeu então num forte aplauso. Bandeiras e cachecóis do Sporting foram agitadas, confetis verdes caíram sobre as nossas cabeças e a Maria José pegou em dois pompons e começou a fazer uma coreografia!)


- Nós vamo-nos a eles! Vamos agarrá-los pelos tomates e abanar até eles perceberem o grande que o Sporting é! E o quão pequenos eles são. Os tomates.


- E só não vê isso quem não quer! Vai ser uma noite histórica para Portugal! E com essa grande vitória, o acréscimo de motivação e a alegria desmesurada que vai contagiar todos os portugueses, aí sim Portugal vai ganhar novo fôlego económico e disparar para os níveis do Luxemburgo na riqueza dos seus habitantes.

- Ah! e quem vai marcar os golos é o Liedson. De cabeça.

Grande Sampas pá!

mardi, avril 12

Eu vi-o!

Ah ah! Apanhei-o.

Ele é um bocado envergonhado (daí só aparecer quando a praça está deserta) e foge das câmaras.

Mas hoje finalmente consegui uma foto do verdadeiro Corcunda de Notre Dame.





É o QuasiMudo, brotha!

lundi, avril 11

Viva a neutralidade

O Mega-Super-Jackpot do Euromilhões saiu na Suiça.

Na Suiça?

62 milhões de Euros para a Suiça?

A vida não é justa!

E eu que precisava tanto!



Os Suiços precisavam tanto do Jackpot como o meu super-frigorífico de mais bejecas

dimanche, avril 10

Os posts que nunca o chegaram a ser

Manter um blog actualizado tem muito que se lhe diga.

Se o entusiasmo inicial nos leva a tentar postar ao ritmo dos hits, rapidamente o buliço da vida quotidiana começa a atropelar a boa vontade de actualizar o blog.

E assim se perdem muitas aventuras, que uma vez que não ficam aqui eternizadas, vão ser certamente esquecidas.

São as histórias que nunca o foram, os pores do sol em dias nebulados, os Actiméis fora de prazo.

Entre outros:

A minha segunda visita aqui em Paris, e por sinal internacional;
A simulação da negociação de um Regulamento comunitário (sim, uma história do meu curso!);

O jantar dos fondues (queijo e carne), o Cheesecake em casa da Sofia, a omelete em casa do Filippo, as mulas no Chez Léon;

O dicionário multilíngue de calão (hard), elaborado durante as aulas do Nafi;

A visita ao Pompidou, ao Bois de Bologne e a La Défense;

O dia das mentiras, que cá não é dia das mentiras, é dia do peixe de abril;

As festas na CitéU (na casa da Holanda, na Casa do Brasil, na Deutsche la Morte);

O Lost in Translation II, ali num bar de KaraOK em St. Michel;

O alarme de incêndio a despertar a Lucien Paye – qd afinar era o Sousa a fazer batatas fritas.

E por aí fora. Tantas outras. Perdidas para sempre.

Adeus!





Esquecidas e abandonadas. É da sina. A triste sina.

samedi, avril 9

Ver à espanhola

Festa em Casa da Sofia.

Muito multicultural e animada. Comme il faut.

Muita bejeca (de todas as origens) e, para variar, muito espanhol. Que dão mesmo razão à expressão popular.

Depois foi só esperar pela hora de abertura do metro.




aqui há mãozinha...

vendredi, avril 8

De cara lavada

Finalmente, a Av. des Champs Elysées tem a aparência à altura da sua reputação (seja ela merecida ou não).

O Sampas vem cá passar uns dias, agora que já pôs o país como queria, e a cidade agradeceu espalhando o verde e vermelho da Concorde à Étoile, num sinal de clara reverência pelo Jorginho.

Ou isso ou finalmente reconheceram o meu contributo para o progresso de Paris. Mas acho que me vou ficar pela primeira teoria. Por uma questão de modéstia.




Os Champs Elysées encheram-se de carros para ver as bandeiras de Portugal!

jeudi, avril 7

Finalmente, o descanso

Já fazia impressão a forma como não deixavam o homem em paz.

Este folhetim de tragédia romana só mostrou como a religião proporciona uma perspectiva alternativa sobre a vida. Pelos vistos a diferença entre masoquismo e fé é um tracejado muito fino.

Já há algum tempo que não se relembrava as almas baralhadas (que somos todos nós) da fragilidade da vida e do assombroso que é o espectro da morte. E que melhor forma de o voltar a fazer do que utilizar o pouco que restava dessa figura que foi JPII.

Coisa lastimável, a falta de bom senso.




... no comments...

mercredi, avril 6

Super-Pombas

As Pombas de Paris dão uso à sua reputação de ratos com asas. O que por um lado em compreendo – já que têm a reputação, porque não terem o proveito?

Como qualquer raça animal onde os machos se deixaram ultrapassar pelas fêmeas (e onde, por isso, é necessário acrescentar "-Macho" para identificar um espécimen masculino da raça), as pombas acumulam vícios e manias que só nos levam a pôr em causa a sua utilidade para a sociedade (para confirmar a regra é só pensar nas doninhas, as araras, as hienas, as lampreias, e por aí fora, acabando nas mu-
las).

A Pomba parisiense é gorda que nem um barril e não tem, pelos vistos, qualquer preocupação com a sua aparência. Cá para mim, cada uma deve pesar pelo menos 3 quilos, o que faz com que sejam tão ágeis como o Pedro Barbosa em ano em que o seu contrato não acaba. Não se desviam nem por nada e acham que têm prioridade nos passeios sobre os peões. As atrevidas.

Fazem questão de se aliviarem onde quer que seja, sem qualquer consideração com aquilo que possa estar por baixo, e comem tudo o que lhes aparece à frente – migalhas, erva, pastilhas elásticas usadas, beatas de cigarro e bocas de incêndio.

Mas acima de tudo o que espanta é a sua Omnipresença, que se estende a tudo o que é espaço interior. É vê-las nos centros comerciais (ainda se fossem aos ginásios!), nas estações de metro (descobri onde o Ang Lee arranjou a inspiração) e nas cantinas (o que poderá ser a justificação para a comida dos Restôs ser a bela trampa que é, pois se elas aparecem ao pé das mesas, também devem ter acesso às cozinhas, e às tantas colaboram na confecção dos pratos : s.

Enfim, uma espécie a abater. Quando eu arranjar uns patins em linha, logo lhes digo...



Uma rara imagem de uma pomba a fazer exercício. Flexões, neste caso. Dentro do Forum les Halles. 1...2...3...4...

mardi, avril 5

Fazer umas massas

Original, no mínimo:

Britânico leiloa a voz como suporte publicitário

«
... o britânico Floyd Hayes, leilou a sua voz no Ebay por 570 euros. Este inovador suporte publicitário foi arrematado pela Halls, sendo que Hayes se comprometeu a gritar o nome desta marca, durante uma semana, de 15 em 15 minutos, em qualquer sítio que estivesse. Hayes gritou pela Halls, em Nova Iorque, no metropolitano, nos elevadores ou nos cafés e restaurantes por onde passava. «Nova Iorque é uma das cidade mais barulhentas do mundo. Em Times Square, muitas pessoas gritavam de volta», confessou o britânico, que afirmou estar disposto a repetir esta acção, mas por mais dinheiro.

Ora bem, estou a pensar oferecer-me para fazer o mesmo. Mas vou ser mais selectivo nos clientes que aceito.

Em Portugal, só aceito trabalhar com marcas como BIMBO, O REI DOS FRANGOS, o CRIME, CHUPA-CHUPS, e outras que tais, que proporcionem reacções semelhantemente fortes.

Estou particularmente entusiasmado com a possibilidade de ir para o estádio da Luz fazer publicidade aos sofás Lampião.


O Donald também já aderiu à moda. E é vê-lo aí pelas ruas a gritar: «Cream Quackers!»