lundi, juillet 25

191 dias

6 meses e 10 dias depois, chegou então a hora de partir. Deixar Paris para trás. Fechar este capítulo da minha vida.
Mais uma vez, não tenho palavras para descrever o turbilhão de emoções que passaram pela minha cabeça neste dia. E estava com o coração muito, muito pequeno.
É certo que não tive assim muito tempo para me deixar levar por grandes nostalgias - acordando tarde, para variar, e com as malas por fechar, estive vai não vai para adiar a minha partida pois já se fazia bem tarde quando finalmente entreguei a chave do 225 da Lucien Paye.

A única coisa que fiz neste último dia foi ir almoçar ao Restô da CitéU e depois, já com tudo no carro, despedir-me daquilo que ainda restava.
Uma última vez, fiz o percurso da Lucien Paye à Porte d'Orléans, comi um último crepe confiture de fraise, comprei uma última baguette, e pus uma última carta na Poste.



(a minha última baguette parisiense)



(a CitéU na hora da despedida)

E lá fui. Sem destino (ok, sem rumo definido - destino já tinha, mas nem sabia bem por onde ir para lá chegar, algo que acabei por decidir já dentro do carro na Péripherique).
Estrada pela frente, Paris pelo retrovisor.




Au revoir Paris.

À bientôt...

dimanche, juillet 24

Le tour

Na véspera da partida, fui assistir à chegada. Do Tour de France.
E dar uma última volta por Paris.

A chuva, para variar, foi A companhia constante. Apenas ela não falhou durante os meus últimos tempos de Paris.
Lá vi o Lance e seus compinchas a passar junto ao Sena. Depois ainda tentei ir ver o circuito nos champs Elysées, mas aí já não vi praticamente nada pois o mar de gente era tal que apenas via os capacetes dos ciclistas para cá e para lá. Mas o ambiente estava giro.

É assim - uns chegam, outros partem...




vendredi, juillet 22

Soldes

Os franceses levam os seus saldos a sério. Muito a sério.

jeudi, juillet 21

O meu Montinho

Hoje fui fazer um estágio para a longa viagem que se avizinha de Paris para Lisboa via Croácia.
800 kilómetros para percorrer a costa da Normandia e chegar ao Mont S. Michel (ou seja, o monte do Senhor Miguel - eu).

Partimos cedo, rumo a norte, esperando que a chuva fizesse um intervalo (e não é que fez!) e nos permitisse apreciar a viagem.

Devia ter (re)visto o Resgate do Soldado Ryan na véspera, mas não me lembrei de o fazer.

Percorrer a costa e as praias onde decorreu o desembarque dos aliados é impossível de fazer sem se estar sempre a imaginar os barcos a chegar, os paraquedistas a cair e as balas e morteiros a voar. Os bunkers ainda existentes e os inúmeros memoriais, e museus, e cruzes, e cemitérios também contribuem para a fuga da imaginação.

É uma sensação estranha. Que não agradou ao meu amigo Ivan, o Bosniak, que como viveu a guerra em primeira pessoa enquanto crescia não tem por estas coisas o mesmo "fascínio" descomprometido que eu.




Percorrida grande parte da Costa, andamos um pouco mais para Sudoeste rumo àquele que é um destino obrigatório, um daqueles que ninguém devia deixar de visitar pelo menos uma vez na vida.



Qualquer superlativo é insuficiente para descrever o sítio. Principalmente a vista de lá de cima. Quando se atravessam as portas da abadia e se sai para o terraço, bem lá no topo, e se vê aquela paisagem à frente. Enfim... Não há palavras.



Fizémos a visita nocturna (que claramente recomendo pois não só dá acesso a mais zonas da Abadia, como tem muito mais piada porque várias salas têm músicos lá dentro a tocar vários instrumentos e porque a paisagem ao fim do dia, principalmente se coincidir com a subida da maré e o consequente quase-isolamento do monte pela água do mar, é muito melhor).

Saímos de lá já tarde, quando o sol se punha mesmo por trás do Mont. Mais uma vez, sem palavras. Ainda bem que há fotos. Mesmo assim não fazem bem justiça ao cenário. Um espectáculo, a sério.



Claramente um sítio onde hei de voltar. Noutras circunstâncias, com outra companhia, mas com ainda mais expectativas. Que neste caso não são mal empregues pois dificilmente serão defraudadas.

mercredi, juillet 20

Paris Plage

Disto já tinha ouvido falar.
E estava com bastante curiosidade para ver.
Desde início que sempre me intrigou como exactamente é que eles conseguiam transformar o Sena numa praia no verão.
Afinal é uma granda tanga!



Ipanema, Copacabana e Maracana. Ou seja duas zonas balneares e uma de desportos estivais, era o prometido e anunciado. (sempre o Ano do Brasil presente).
Mas tudo isto revelou-se um fiasco dos grandes.
Nem praia, nem sol, areia muito pouca, e água então nem vê-la.
É certo que o tempo não ajudou, mas sinceramente esperava mais.
Basicamente, a tão falada praia à borda do Sena é uma caixa de areia com pouco mais de 5 metros de largura e para aí 150 metros de comprimento, se tanto.
E o substituto para o insubstituível (o mar - ai q saudades!) são vários aspersores de água espalhados pela área.



Enfim, talvez com sol isto tivesse tido outra piada. Talvez seja demasiado exigente porque em Lisboa vivo a 15 minutos da Costa. Talvez.
Mas ficou a desilusão.

mardi, juillet 19

Produtos de Qualidade

Paris é reputada pelos seus produtos de luxo. Não é a toa que costureiros de nível como a FáLo 2 se instalam por cá. E também não é por acaso que qualquer Carrefour ou Champion vende Cerelac e Nestum.

Esta faceta de Paris é, na verdade, visível em qualquer esquina e em qualquer roulotte.



(St. Germain des Prés – esquina da Rue Buci – uma combinação de nível)




(um dos inúmeros barracos que vendem muita barbe au papa e, para empurrar, litros e litros de Perrier).

lundi, juillet 18

Circo e Palhaços

Já em recta final, os últimos dias foram passados a aproveitar Paris.
Ou pelo menos a aproveitar aquilo que Paris permitia, já que a chuva e o mau tempo não têm ajudado.
Hoje fui assistir a uma das iniciativas do Paris Quartier d'éte. Sim, mais um programa cultural com inúmeros espectáculos (grande parte gratuitos) de todos os tipos e de todas as origens.
Em concreto, fomos au Parc de Bercy ver Circo do Cambodja.





Depois aproveitamos para dar uma volta pelo referido Parque, os DESUPs resistentes.



Um dia sem grande história, portanto.

dimanche, juillet 17

Jazz e Reggae

Já vi mais concertos brazucas em 6 meses de Paris do que nos 10 dias que passei no Sri Lanka.

Hoje foi Cidade Negra - o Reggae brasileiro. Ya mán!


Antes, um passeio ao Parc Floral ali ao pé do Château de Vincennes. Por esta altura não faltam iniciativas em Paris. É que é mesmo às dezenas. Cada dia as possibilidades são infinitas. Nos fins de semana, há concertos de Jazz no Parc Floral, um sítio que só por si já merece uma visita.

Fomos em comitiva da Lucien Paye. Eu, o Ivan, o Ibrahim e a Sónia. Uma delegação heterogénea, especialista em guerra de pinhas.

(são sensíveis estes rapazes da Lucien Paye)


E o tempo sempre tem estado melhor estes dias, o que tem sido raro neste mês de Julho (ah! uma referência ao tempo! há tanto tempo!).

O que quer dizer que já dá para apreciar novamente os fins de tarde em Paris. Claramente a melhor altura do dia:

Para finalizar, uma pizza turca (também chamada enganadoramente de galette) ao pé de République.

samedi, juillet 16

Tom & Zérry

Já vi mais concertos brasileiros em Paris do que no resto da minha vida. Estes franceses levam isto do Ano do Brasil mesmo muito a sério.

Hoje a Fernanda Abreu abriu o concerto do Tom Zé, esse mito da música brasileira

Completamente passado dos carretes, para além de ter ensinado aos franceses todas as asneiras existentes no vocabulário português (poupando-me assim muito trabalho), a sua música testa seriamente os limites daquilo que se pode considerar música. Foi, claro, a debandada geral.





Valeu o Parc de la Villette, que confirmou mais uma vez ser um sítio mto agradável


vendredi, juillet 15

Crepes de Paris

Mas afinal, tanta coisa com os crepes de Paris, e depois nada.
Ou seja, escreve escreve, escreve escreve, posta posta, mas depois de crepes só mesmo o título.

Consciente dessa lacuna imperdoável, venho por este meio fazer juz ao nome do blog.

É que o "Crepes de Paris" foi mesmo escolhido (entre outras razões, nomeadamente editoriais e gramaticais) porque são uma das melhores coisas de Paris. Mas afinal vamos ao que interessa: Onde, como e porquê.

Onde?

Ora bem, quanto ao "Onde" só tenho 2 palavras para voçês: Paris Orleans.

São às dezenas os crepes que já lá marcharam. E às horas o tempo de espera total que já lá passei à espera dos ditos cujos. Aliás, este é em geral um bom critério – se há bicha de espera, é porque os crepes são feitos na hora, e portanto é porque em princípio devem ser bons. Porque serem feitos no momento é das coisas mais importantes (e não basta perguntar se fazem na hora; é preciso inspeccionar por trás do balcão e ver se não está lá um molhe de crepes já feitos empilhados em torre e cobertos por papel de alumínio). No Paris Orleans há quase sempre bicha de espera (sim, insisto na bicha... filas é nas salas de cinema) e as bichas só potenciam a experiência gastronómica. É que enquanto os crepes da frente vão saindo, a massa vai sendo espalhada e o cheiro começa a circular, o sistema salivar começa logo a bombar, e quando o Sucré Beurre chega...
Claro que o Paris Orleans era acima de tudo muito prático pois era mesmo a caminho da residência, das aulas, e de qualquer outro destino.

Mas também há outros sítios: ali por trás da Fontaine de St Michel; na rua de Oberkampf, em frente ao Charbon; em frente ao Pompidou, na esquina; em Montparnasse, ao pé dos cinemas... E, claro, há sempre as creperies, com as suas fórmulas 1 crepe salgado + 1 crepe doce. São mais caras e não é bem a mesma coisa – mas também sabe bem de vez em quando comer um crepe sentado. Para isso destaco as creperies ali na zona de St. Michel (rive gauche sempre!) e qualquer outro sítio simpático que se possa encontrar – em Paris são às centenas, portanto n é muito difícil.

Como?

Sim. Como muitos.

Nada bate um Confiture de fraise. Pricipalmente se for com doce Bonne Maman. Sabe bem a qualquer hora, com frio ou calor, com muita ou pouca fome... enfim, um dos pequenos prazeres da vida.

Mas de resto também há o mais simples Sucré (pedir sempre com beurre), ou o com chocolate derretido.

Nos salgados (também por vezes enganadoramente chamados de galettes), nada como um Complet, com queijo, fiambre, cogumelos e ovo. No entanto, convém pedir para não por muito queijo porque se os deixarmos fazer à vontade, vem com queijo suficiente para alimentar uma pequena colónia de ratos durante um mês, e não se consegue saborear mais nada.


Porquê?

Porque são bons.





A meca dos crepes. Linha 4 – Porte d
'Orléans.

jeudi, juillet 14

14 juillet

A Torre como ainda não a tinha visto.

E um fogo de artifício como já há muito não via .

Foi a primeira vez desde a passagem do milénio que o fogo de artifício foi lançado da própria torre. E parece que não é assim tão frequente como isso.

O efeito é mesmo espectacular e luminoso. Muito.

Descobri hoje que tirar fotos a fogo de artifício é quase tão difícil como tirar fotos a mulheres nuas. E que afinal também há mosquitos em Paris. E que um fogo de artifício enquadrado com algo como a Torre Eiffel ao lado fica muito mais espectacular.

Não sei o que estão à espera para pôr uns very-lights a sairem das mangas do Cristo-Rei.









mercredi, juillet 13

Eu, o irmão Lula, e os Falafels

Hoje eu e o Lula fomos à Bastilha assistir ao mega-concerto brazuca.
Claro que eu fiquei no meio do maralhal e ele até ao palco foi. Tudo porque ele conhecia o Gilberto Gil pessoalmente e eu não. Pois...

Este, aliás, foi a estrela do espectáculo. Agarrou-se ao micrô e só o largou 5 horas depois. Pelo meio fez o favor de deixar outros artistas cantarem uma ou outra música (grande parte em dueto com ele, claro). Deve ser mesmo chato trabalhar num gabinete ministerial. Mesmo que seja como ministro.
Com a praça totalmente a abarrotar, passaram por lá uns quantos artistas irmãos (Lenine, Seu Jorge, Mercury, Jorge Ben Jor, Gal Costa) , que se juntaram todos no palco para a sequência final em que cantaram o hino do Brasil e a Marselhesa (já em pleno 14 juillet). Histeria colectiva.

Depois foi a debandada geral. 80.000 pessoas a dispersarem da Praça da Bastilha em todas as direcções. Desviando-nos das roulottes entretanto estacionadas nos trajectos de fuga (curioso que cá elas não vendem hamburguers, cachorros, ou a bela da bifana... é mesmo pizza feita na hora nos fornos a lenha das roulottes – 2 euros a fatia) passámos ainda no Marais para comer uns falafels (eu, a Sònia, o Ivan o Bosniak e a minha t-shirt, que me roubou um dos falafels... aquele que tinha mais molho branco). Foi um reabastecimento necessário para a longa caminhada que quase acabava em casa – só conseguimos apanhar taxi já depois do Luxemburgo, o que é bastante longe.

Eis algumas imagens do evento... e do pessoal que estava a cortir a festa:


Viva Brasiúúú... com muito Gilberto Giúúúú



Como é q se diz "Tira os pés do chão, Galera" em bosniak?



Houve quem não conseguisse dormir.



Houve quem conseguisse.

mardi, juillet 12

Cinéma, Jardins e Russas

Hoje fui ao cinema ver a Guerra dos Mundos. Um barrete do tamanho do Universo. Se alguém ainda não foi e está a pensar em ir... não façam isso. A sério. Por uma questão de sanidade mental. Já há muito tempo que não via um tal atentado à inteligência numa sala de cinema. O kamikaze é o Toma Cruzeiro. E os efeitos são devastadores. Tão cedo não me apanham num filme do Spielberg a não ser que três fontes idóneas cruzem a informação de que é muito bom. Porque senão para mim Chega! É pior do que ir ao Marais!



Numa nota mais positiva, fiquei impressionado com o cinema. O mk2 Bibliothèque (olhó link) ali na François Miterrand. Uma zona muito gira, principalmente ao fim da tarde, mesmo junto ao Sena. A biblioteca em si é algo de fenomenal – um pódium ladeado por quatro torres simétricas douradas que, no seu centro, tem um "buraco" com 6 ou 7 andares de altura onde está "enfiada" uma floresta. É um bocado difícil de explicar, mas é mais ou menos isso.



É mesmo uma experiência surpreendente, pois não se está nada à espera que de repente ali no meio esteja implantado aquele micro-ambiente. Só mesmo lá em cima é que se vê e se percebe a dimensão daquilo. Lembro-me de lá ter ido ainda no inverno e de a experiência ser ainda mais surreal, porque para além de visual era sonora, com os pássaros lá dentro a cantar. Enfim, vale a pena ver.


Entretanto foi provavelmente a última vez que fui ao cinema em Paris. Altura para balanço. Resumido, necessariamente, até porque não vi muitos filmes.

SALAS

As salas de cinema parisienses vão do bom ao sofrível. O preço não é nada convidativo – se não fosse estudante, pagaria 9,2€ (em média) por bilhete. Com o cartão da Paris I ficava por uns módicos 6,7 € (em média). Ao nível de Paris, portanto. E comprar qualquer coisa para comer ou beber lá dentro custa o preço de outro bilhete, portanto a experiência cinematográfica pode sair muito cara. Principalmente se o filme for uma porcaria.


FILMES

Porcarias foi algo que não faltou. Top 4 dos barretes:

4. Kingdom of Heaven (bla bla bla, yada yada yada);

3. 9 Songs (canal 18 com banda sonora MTV2; 6 € ou 9 € ou lá o que seja para ver aquilo é desperdício);

2. La Vie Aquatique (não tem muito ponta por onde se lhe pegue; se calhar fui eu que não percebi);

1. La Guerre des Mondes (se vos levarem de olhos vendados, vos enfiarem numa sala com este filme, e vos atarem ao banco, pelo menos arranjem maneira de sair a 10 minutos do fim; finjam que já não conseguem respirar porque apesar da vossa inteligência se esqueceram de inspirar, ou algo do género)


Mas também vi filmes muito bons. Top 4 dos bonés de corrida:

4. Robots (enfim, não é nada de especial, mas também não entrava nos barretes; uma animação cai sempre bem, ainda que esteja com mais expectativa para o Madagascar);

3. Sideways (percurso vitivinicula com personagens bem apanhadas e uma história simples; se tivesse mais uns anitos era esta o número 1);

2. Garden State (grande banda sonora, pormenores simplesmente deliciosos, um filme claramente muito bom; se tivesse menos uns anos era esta o número 1);

1. Poupées Russes (na mouche; perigosamente inquietador; profundamente turbulente; também pode ser uma questão de fase de vida; mas este filme toca lá no fundo).





(olhó novo link, desta vez aqui: http://www.marsdistribution.com/site/poupeesrusses/)

Les Médias - Spécialistes en Métrô NRJétique

Gostava de fazer um apanhado dos (outros) médias. Os que me acompanharam ao longo destes meses.

RÁDIO

- NRJ (100,3 MHz) - a banda sonora de Paris; bem sei que já mal faço parte do público alvo deles. Mas olha, era a mesma sintonia da Ant3ena, dava sempre bem em todo o lado, e é das poucas onde a música predomina. E é assim que, daqui para a frente, sempre que ouvir a Gasolina, o Bouger Bouger ou o Roi Soleil (entre muitos outros) me vou lembrar de Paris...
- Rádio Alfa (96,6 MHz) - rádio Tuga; relatos de futebol; notícias da Antena 1; anúncios a funerárias e a oficinas tugas; uma pérola.


TV

- Les spécialistes (aka CSI - Miami), Nip & Tuck (ou Suck) e pouco mais - a televisão teve entrada tardia na minha experiência parisiense (só quando os meus amigos me ofereceram um sintonizador de TV para eu ver a France 2 e a TF1 no laptop); pelo que felizmente não adquiri muitos hábitos; Limitei-me a ver as notícias, as séries acima mencionadas, e algumas bimbalhadas-perdas-de-tempo que pelo menos terão (?) enriquecido o meu vocabulário;


NET

- Expresso Online (enquanto tive assinatura; mais uma prenda de anos dos amigos; é bom ser Emigra!) Público.pt (enquanto não era pago; palhaços!) e os inevitáveis jornais desportivos; Ah, e os Blogs - mas esses merecem post próprio;


IMPRENSA ESCRITA

- Metro - sempre ele; entre Porte d'Orléans e Saint-Germais des Prés, não dava para ler tudo. Mas dava para ir sabendo das notícias do mundo, da previsão do tempo (sempre infalível), das previsões de greves, dos acontecimentos em Paris... Bem sei que ficava aqui melhor eu dizer que comprava o Le Monde todos os dias. Mas não comprava;
- Imprensa Côr de Rosa - nem sempre o que relatam é verdade; a vida real é bem menos convulsiva, e sobre ela, nós temos (pelo menos algum) controlo; não acredites em tudo o que vês; há outras coisas melhores em que acreditar.



OK, na verdade nunca toquei numa revista destas. a sério, nada fiz! mas lá que há muitas, há. e não tinha foto de mais nada : p

lundi, juillet 11

Nunca digas Adeus

Isso do nunca digas adeus é uma grande tanga. As pessoas até dizem o que for preciso para amenizarem o vazio da despedida, mas acaba por ser sempre uma despedida.
Adeus Bruxelas.
Foi um reencontro bonito, e que aliás me fez bastante bem.
Como já disse, não sei se hei de voltar para aqui no futuro. Talvez sim, talvez não.
A vida tem destas incertezas. Constantemente mutáveis. Imprevisivelmente sólidas.


Na despedida, uma parada de cavalos especialmente para mim.
O Parc du Cinquantenaire (que aliás é talvez o meu sítio preferido de Bxl, por várias razões) estava invadido por cavalos. Como o Cavalo é o meu signo chinês, só posso concluir que foi uma pequena homenagem à minha pessoa.
Havia de todos os tamanhos, cores e feitios. Muito giro. Cá ficam 2 para ilustrar, mas muitos mais mereceriam destaque.





À chegada a Paris (ou terá sido à partida) a confirmação daquilo que temia.
Morreu.
Morreu e bem morto, uma morte certamente cruel e dolorosa. E ainda por cima, pelo aspecto da coisa, deve continuar a doer já depois de morto.
Na rua onde deixo sempre o CJ, este pássaro (certamente símbolo de todos aqueles que passaram os últimos meses a cagar para o meu carro) já estava em decomposição.



Rest in Peace


dimanche, juillet 10

Knokke, Retranchement e outros destinos incertos

A vantagem de estar no centro da Europa é esta.
Em pouco mais de 2 horas, podemos estar a percorrer um calçadão flamengo, a tirar uma foto a um moinho holandês, ou a molhar os pézinhos numa praia de nudistas no mar do norte.
Revisitada Bruxelas (é mesmo pequena, não há muitas voltas a dar) Domingo arrancámos em direcção ao Norte. Sabíamos apenas que queríamos ver o mar. E pouco mais.
E quando digo pouco mais, é mesmo pouco mais, pois como não sei do meu mapa do BNeLux, a única coisa para nos guiar era mesmo o sol.
OK, e logo no início parámos numa bomba de gasolina para eu espreitar um Michelin, ver se decorava 2 ou 3 nomes e se tinha uma ideia do caminho a fazer. Mas de resto foi mesmo à aventura... o que tornou o passeio ainda mais giro. Uma odisseia ao sabor do vento.



Fomos dar primeiro a Knokke, pequena estância balnear na costa belga. Digo belga, mas devo precisar flamenga. É que faz mesmo toda a diferença. Aliás, para mim aquilo era já Holanda. Aliás, tem piada que as fronteiras entre Holanda e Bélgica são totalmente imperceptíveis, e portanto não dá para perceber quando, exactamente, é que mudamos de país.
Knokke era a típica cidade turística de praia. Um calçadão ao longo da costa, hotéis altos, muitas esplanadas, hordas de turistas... A única que coisa que a diferencia de Quarteira é mesmo os pequenos toques holandeses como as dezenas e dezenas de bicicletas (das mais variadas formas) a circularem de um lado para o outro e o facto de estar tudo impecavelmente limpíssimo. E o nível das lojas, o estilo dos prédios e das vivendas, a organização geral, a frequência...

Cumprido o primeiro grande objectivo, que era ver o mar, fomos em busca do segundo, que era ver uma praia de jeito e conferir a temperatura da água.
Entrámos então na Holanda, fizemos um percurso muito giro com uma paisagem mais verde que o Alvalade XXI mas igualmente mágica, e pelo caminho parámos numa aldeiazita no meio do nada (Retranchement), onde deu para encher o bandulho com fritos holandeses, tirar umas fotos e imaginar como será viver num sítio daqueles. Calmo, rodeado de verde, perto da praia, calmo, "arejado", com pessoas calmas à volta, enfim... deve ser outra coisa. Mas não me parece que fosse para mim. Já umas fériazitas por ali devem-se passar muito bem.



Mas a missão não estava ainda cumprida. E dirigimo-nos novamente em direcção ao mar.
E deu logo para perceber umas das coisas mais estranha da Holanda - é que como aquilo foi tudo feito à base de diques, quando estamos já a 200 metros do mar a única coisa que se vêm são colinas (os tais diques). E é uma sensação estranha estar ali e imaginar o nível do mar bem acima do sítio onde se está. E depois subir a tal colina, e ter de facto a noção de que o nível do mar está acima das planícies verdejantes que estão por trás de nós.
Mas a praia era bem mais agradável (algures ao pé de Nieuwvliet-Bad) bem maior, sem muita gente, com um bar bem fixe, e o mar, para espanto geral (OK, para meu grande espanto)... estava com uma temperatura aceitável! Altura de eu maldizer a triste ideia de não ter ido de fato de banho e de puxar as calças para cima à pescador e ir conferir o facto de estupefacção.
Enquanto estava a molhar os dedões, vi ao longe um casal aproximar-se e virei-me para a Sónia e disse: «Epá, estes holandeses tb são um bocado bimbos. Olha-me para aquele que ali vem – deve ter um daqueles fatos de banho tanga tão pequenos que até parece que vem nu». Pois, efectivamente vinha. Altura para olhar um pouco com mais atenção à volta, e confirmar que de facto aquilo talvez fosse uma praia de nudistas. Seria por isso que estava lá tão pouca gente? Em top-less é que não vi ninguém.



Claramente demasiado vestidos para aquela praia

samedi, juillet 9

Gaufres de Bruxelas

Novamente de volta à capital da (agora fragilizada) Europa.
Cada vez que cá venho, para além das memórias de um período de vida não muito distante mas que parece cada vez mais longe, passa-me pela cabeça se não estará por aqui o meu futuro próximo. Porque é aqui que o meu CV encaixa melhor. E porque também eu, talvez, me encaixasse aqui com relativa facilidade (sempre levo o avanço de conhecer os cantos à casa e de ter ainda alguns amigos por aqui). Enfim, interrogações de quem começa agora a ter urgência em saber o que lhe vai acontecer.

Sexta à noite fui a uma festa no Barrio (não o Alto). Fui integrado num grupo totalmente germanófono de austríacos e alemães, o que é sempre uma experiência estranha pois não estou habituado a não perceber a ponta daquilo que dizem à minha volta. O que se tornou particularmente lixado quando, na Porte de Namur, batemos no BMW da frente. O problema é que íamos 8 dentro de um citroen. As 2 raparigas do banco da frente saíram a correr e foram para o outro lado da praça, o gordo que ía no porta bagagens pôs um caixote em cima da cabeça e afundou-se o mais que podia e o condutor saiu para gritar com o dono do BM. Ficámos 4 enfiados no banco de trás, com 3 de nós a discutir o que se tinha passado e o que fazer. Eu era aquele que não percebia nada do que se passava.
Chegados finalmente à festa, foi preciso dizer a password ao porteiro pois havia uma festa de anos privada lá dentro e só assim poderíamos entrar. Embora nenhum de nós conhecesse o aniversariante, tínhamos a palavra passe «MARCO». Gostei do sistema. Imaginei que poderia funcionar em Lisboa. - «Tem cartão da Casa?»; - «Não, mas tenho a password: BRUGESSO.».
Lá dentro consegui encontrar 2 pessoas do meu estágio (das que efectivamente conheço) totalmente por acaso. Uma Espanhola com sotaque de Brighton que já não via há 2 anos e meio, e que está velha e desgastada (vinha directamente do trabalho, dizia ela; pois...). O Alemão papa-tugas, tinha-me cruzado com ele na BP da Cidade Universitária no Verão do ano passado, vinha eu do Algarve, ía ele apanhar o avião para a Europa. Bruxelas é mesmo pequena, e nisso muito diferente de Paris, que é de facto um mundo. E onde dificilmente eu encontraria alguém por acaso.

No Sábado passeámos pela cidade depois de um brunch com outra colega estagiária. Fizemos em Bruxelas o que eu tenho tentado fazer em Paris que é passear sem nenhum destino concreto. Eis alguns highlights:



Pierre Marcolini – Chocolatier
Vir a Bruxelas e não comer chocolates é como... enfim, já sabem.
Ali no Sablon, está este Senhor estabelecimento que parece, por fora e por dentro, uma joalharia. E é – vende autênticos diamantes para a boca. O destaque da Colecção Outono-Inverno 2005 (não estou a brincar, tenho o catálogo) é o OVIEDO – Sabayon de chocolat noir avec des nottes de caramel, croustillant de noisettes caramélisées et praliné noisette sur un biscuit vanille aux éclats de noisettes et crème à la vanille fraîche de Tahiti. Mhhh….. E eu que nem gosto muito de chocolates.


Et qui va promener le chien?
Este café-esplanada, para além de ser muito giro, leva o prémio para o nome mais original: "E quem é que passeia o cão?" Olha, eu não sou de certeza!


Les nouvelles russes - Doucha Bar
Um bar russo. Para quem anda à procura da boneca do meio. Eu já sei que não devo encontrar a minha, mas quem quiser lá ir procurar..



BD.
Está espalhada um pouco por todo o lado. A última do Quim e do Filipe então está um espectáculo. Não só já me tinha esquecido de como gostava dessa BD, como já me tinha esquecido da sua existência.

Enfim, alguns flashes de um passeio por Bruxelas, que acabou com uma Carbonade num restaurante belga. E com uma gaufre a caminho de casa, claro : )