dimanche, juillet 10

Knokke, Retranchement e outros destinos incertos

A vantagem de estar no centro da Europa é esta.
Em pouco mais de 2 horas, podemos estar a percorrer um calçadão flamengo, a tirar uma foto a um moinho holandês, ou a molhar os pézinhos numa praia de nudistas no mar do norte.
Revisitada Bruxelas (é mesmo pequena, não há muitas voltas a dar) Domingo arrancámos em direcção ao Norte. Sabíamos apenas que queríamos ver o mar. E pouco mais.
E quando digo pouco mais, é mesmo pouco mais, pois como não sei do meu mapa do BNeLux, a única coisa para nos guiar era mesmo o sol.
OK, e logo no início parámos numa bomba de gasolina para eu espreitar um Michelin, ver se decorava 2 ou 3 nomes e se tinha uma ideia do caminho a fazer. Mas de resto foi mesmo à aventura... o que tornou o passeio ainda mais giro. Uma odisseia ao sabor do vento.



Fomos dar primeiro a Knokke, pequena estância balnear na costa belga. Digo belga, mas devo precisar flamenga. É que faz mesmo toda a diferença. Aliás, para mim aquilo era já Holanda. Aliás, tem piada que as fronteiras entre Holanda e Bélgica são totalmente imperceptíveis, e portanto não dá para perceber quando, exactamente, é que mudamos de país.
Knokke era a típica cidade turística de praia. Um calçadão ao longo da costa, hotéis altos, muitas esplanadas, hordas de turistas... A única que coisa que a diferencia de Quarteira é mesmo os pequenos toques holandeses como as dezenas e dezenas de bicicletas (das mais variadas formas) a circularem de um lado para o outro e o facto de estar tudo impecavelmente limpíssimo. E o nível das lojas, o estilo dos prédios e das vivendas, a organização geral, a frequência...

Cumprido o primeiro grande objectivo, que era ver o mar, fomos em busca do segundo, que era ver uma praia de jeito e conferir a temperatura da água.
Entrámos então na Holanda, fizemos um percurso muito giro com uma paisagem mais verde que o Alvalade XXI mas igualmente mágica, e pelo caminho parámos numa aldeiazita no meio do nada (Retranchement), onde deu para encher o bandulho com fritos holandeses, tirar umas fotos e imaginar como será viver num sítio daqueles. Calmo, rodeado de verde, perto da praia, calmo, "arejado", com pessoas calmas à volta, enfim... deve ser outra coisa. Mas não me parece que fosse para mim. Já umas fériazitas por ali devem-se passar muito bem.



Mas a missão não estava ainda cumprida. E dirigimo-nos novamente em direcção ao mar.
E deu logo para perceber umas das coisas mais estranha da Holanda - é que como aquilo foi tudo feito à base de diques, quando estamos já a 200 metros do mar a única coisa que se vêm são colinas (os tais diques). E é uma sensação estranha estar ali e imaginar o nível do mar bem acima do sítio onde se está. E depois subir a tal colina, e ter de facto a noção de que o nível do mar está acima das planícies verdejantes que estão por trás de nós.
Mas a praia era bem mais agradável (algures ao pé de Nieuwvliet-Bad) bem maior, sem muita gente, com um bar bem fixe, e o mar, para espanto geral (OK, para meu grande espanto)... estava com uma temperatura aceitável! Altura de eu maldizer a triste ideia de não ter ido de fato de banho e de puxar as calças para cima à pescador e ir conferir o facto de estupefacção.
Enquanto estava a molhar os dedões, vi ao longe um casal aproximar-se e virei-me para a Sónia e disse: «Epá, estes holandeses tb são um bocado bimbos. Olha-me para aquele que ali vem – deve ter um daqueles fatos de banho tanga tão pequenos que até parece que vem nu». Pois, efectivamente vinha. Altura para olhar um pouco com mais atenção à volta, e confirmar que de facto aquilo talvez fosse uma praia de nudistas. Seria por isso que estava lá tão pouca gente? Em top-less é que não vi ninguém.



Claramente demasiado vestidos para aquela praia