samedi, mars 19

Les Publivores - hordas e horas deles

Este Sábado fui à Nuit des publivoires (a.k.a. “A noite dos Publidevoradores” ou “The Adeaters night”). É um evento que começou em França, há 25 anos, e que hoje se realiza um pouco por todo o mundo. E é mesmo uma barrigada de Publicidade. E muito mais.

Para começar, realizou-se no Grand Rex, que é o cinema mais famoso de Paris. A sala principal, onde se realizou o evento, leva 2750 pessoas, espalhadas por três andares, que estavam a abarrotar. A sala é um exagero, mas o ecrã igualmente gigante, pelo que até se via bem.

Antes dos anúncios em si, para aquecer o pessoal, houve direito a animador de serviço, actuações musicais, espectáculo aquático e cabaret com travestis. A sério. O animador tinha um francês que não se percebia muito bem (ou seria apenas eu?). Os músicos eram a Cândida Branca Flor cá do sítio, que cantou o Gato das Botas e outra pérola semelhante, e um pintas inglês que ninguém conhecia (ou seria apenas eu?). A fonte cibernética montada no palco até teve a sua piada, e para ser honesto só havia um travesti no meio das muitas dançarinas. Que no entanto toda a gente achou que estavam demasiadamente vestidas (ou seria apenas eu?).

Depois lá começou a Publicidade. Foram séries de 1h30 de anúncios. Várias séries.

Nos intervalos havia gelados (Magnums Sensações) e cházinho para toda a gente à pala.

Mas o mais giro foram mesmo os anúncios. Alguns dos quais muito, muito bons, outros nem por isso. E o curiosoé que o pessoal reagia. E bastante.

Aplausos para os anúncios bons, assobios para os secantes, apupos de fúria e raiva para qualquer anúncio a símbolos do imperialismo americano (acho que os franceses de facto não gostam mesmo lá muito deles). E às vezes acompanhavam a música dos anúncios com palmas, ou ficavam a repetir o anúncio mesmo depois de acabar.

Passaram 3 ou 4 anúncios portugueses, que tiveram boa recepção, mas o anúncio que ganhou o prémio do público foi um em que um presidente americano vai à sala de conferência de imprensa e simplesmente admite que não encontraram nenhuma arma de destruição maciça e que pronto, «Desolé*!» (o anúncio era a uma óptica que acabava com “Estão prontos para ver as coisas mais de perto?”).

Qualquer anúncio com temática social ou ambiental (e houve muitos, e bons) era invariavelmente bastante aplaudido. Parece que pode haver alguma esperança afinal de contas...

E lá para o final, aquilo parecia um estádio de futebol! Apesar de alguma debandada, as várias plateias comunicavam entre si. Uma gritava: “Qui est fatigué?” e outra respondia “Nous ne sommes pas fatigués!”. Isto até à última série de anúncios, que acabou… às 08h30 da manhã. Quando saímos cá para fora, o sol já ia tão alto que nem deu para tirar umas fotos a Paris com aquela luz do nascer do sol. Fica para a próxima.

*Desolé = Paciência/Temos pena




Nos intervalos, toda a gente à caça das borlas - há coisas que são iguais em todo o lado!